Se você: despedaça
poeira
grão
Pulveriza eu.
Aí gruda pedacinho... debaixo da unha
atrás da orelha, e fico.
Mas não tem te amo. Te amo, não.
Só a carne da unha e os pelos da orelha e é aí que fico: perdida entre a cutícula e o vagão da grande malha ferro-viária.
Meu amo recolhe os pedacinhos e junta na garganta, no entrelaço. Mas a fita é de cetim e escorrega.
Laço de fita pra amarrar a poeira,
enfeitar a garganta
e escrever o que não está.
2 comentários:
Migalhas de continuidade... o que vale de fato? A obra ou a essência? Há essência? Ou é carência?
O artefato que se despedaça precisa ser retransformado, e não remontado..criar uma nova alucinação semântica para voltar a ser, um algo qualquer diferente do que já foi.. os olhos da moça não brilham mais por si mesma. Só brilharão novamente se voltarem a enxergar, e pararem de refletir o que não vêem...
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